quinta-feira, 20 de abril de 2006

ESTRATÉGIA NACIONAL (a falta de)

Todos os meus post têm tido em linha de conta a questão da falta de estratégia nacional. Um amigo perguntou-me onde via eu essa falta. Vamos por áreas.
Comecemos pela Justiça. Como está inoperante, é causadora de injustiças. E por ser inoperante semeou o caos na vida nacional. Se na relação das pessoas ela é crucial, a sua inacção na economia gera a desconfiança empresarial e suscita o desinvestimento. No fundo bloqueia a dinâmica da economia.
Educação. Que deveria ser Instrução Pública. É uma área à deriva. Sujeita a uma reforma constante, mas de medidas avulsas, encontra-se refém de interesses corporativos, da ignorância instalada e da incapacidade deliberativa.
Relações externas. Uma área em catalepsia. Sem bússola não tem rota. Não atraca. Passa sempre ao largo. E muitas vezes nem sequer percebe que está ao largo.
Economia. A área que nos traz a todos, actualmente, na desesperança. Uma jovem professora de História, no meu 5º ano, disse que os portugueses eram ciganos, pois enquanto pudessem mercar não produziriam. Não pretendo dar lições de economia a ninguém. Mas meditem nisto e tentem entender o percurso da economia portuguesa. Comprar aqui e vender ali. O sonho do emigrante é voltar à terra e montar um negócio seu, de comprar e vender com lucro sem nada produzir. Os nossos grandes empórios económicos ainda hoje funcionam assim. Que estratégica económica temos, em que vertentes?
As restantes áreas, saúde, cultura, defesa, obras públicas, emprego, dependem do sucesso e bem-estar “sanitário” das anteriores.
Por isso entendo que não temos estratégia nenhuma para o país. Andamos ao Deus Dará. Sempre à espera de um milagre ou de um D. Sebastião. Qualquer coisa que nos tire do sufoco, para onde nós próprios nos mandámos. Numa ânsia de alcançarmos o Éden, suportamos e apoiamos qualquer aventureiro inábil, numa atitude canalha de também tirarmos vantagem. E depois, lá vamos todos para os fóruns das rádios dizer mal dos políticos. Nós portugueses …

3 comentários:

Jorge Gajardo Rojas disse...

No se mucho de politica portuguesa,pero cuando uno se queja mucho la mejor terapia es actuar y no criticar aunque sea a un nivel modesto el mundo puede cambiar,si no estamos perdidos.
Un saludo desde Chile

AQUILES disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
AQUILES disse...

Jorge Rojdas
Obrigado.
No post que coloquei em 25.03.2006, "O PORQUÊ DO NICK" e no "EDITORIAL", expliquei conforme iria actuar, agir. A reflexão conjunta é a melhor forma de nos encontrarmos na plenitude de cidadãos. O Miguel de Unamuno, o filósofo Espanhol, tem uma frase que caracteriza este nosso vigor crítico em relação ao país. Vou pô-la em próximo post.

Um Abraço de Portugal, e volte sempre, que sempre será bem vindo.
Tenho sempre muito gosto em trocar impressões. E debater ideias.