Mas não prescindo de destacar algo do citado artigo.
«Hoje, estas palavras não contam nada e para nada. Hoje estamos na Era do Contribuinte, somos governados por cobradores de impostos, cuja eficiência é indexada ao volume das cobranças que efectuam e cujo sinal mais óbvio de poder é concederem ou não isenções fiscais. Aliás, sobre os nossos novos heróis nacionais, os jogadores de futebol, é precisamente isso que discutimos: devem ou não ser tributados em IRS os prémios que lhes vão ser pagos pelo seu desempenho no Mundial?
(...)O Estado é, em Portugal, uma cidadela cujos dirigentes, tal como os antigos patrícios romanos, compram a paz através da manutenção da clientela. À clientela romana dava-se trigo. O nosso Estado dá subsídios, isenções, destacamentos. Regimes de excepção. Desafectações. Esquecemos a lição de Roma: não só nunca se dá o suficiente como a clientela nunca parará de crescer.Tal como Roma também a nossa cidadela cairá sem honra nem glória, num dia que ninguém saberá dizer exactamente qual foi.»
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