O que fazer contra o destino, já manifesto, que ameaçava o país? Uma política de «convicção e tolerância», de «moralidade e justiça», uma política de «realizações», em que a «massa popular» acreditasse e activamente defendesse. Infelizmente, não se via em parte alguma essa meia dúzia de justos necessária para combater «as Resistências» (com maiúscula), «interessadas na conservação dos abusos». Pelo contrário, por toda a parte se viam «pusilanimidades, dissolvências, apagamentos». Pior, na própria sociedade, ou «cá pelo exterior», para usar as reveladoras palavras de Couceiro, as coisas não iam melhor. Não havia «nem crenças, nem fé>. Andava «tudo fora dos eixos»: «frivolidades correndo ao gozo, plutocracias tratando da vida» e uma «indolência cívica» quase universal. Nomeio desta «farândola de inconscientes» e do «desvairamento geral», profetizava Couceiro, e não foi preciso esperar muito para verificar que não se enganara, «abria-se a estrada da escravidão».
In "Um Herói Português - Henrique Paiva Couceiro" de Vasco Pulido Valente
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