«O desânimo das sociedades civis em relação à eficácia das lideranças e das políticas públicas nos espaços ocidentais parece não consentir muita atenção esperançada nos pedidos de consenso entre os responsáveis pelas decisões. Modelações semânticas são ensaiadas no sentido de provocar algum movimento das águas paradas, governos e oposições apelam ocasionalmente a responsabilidades transversais, mas o efeito na mudança dos paradigmas não é sensível na vida habitual.
(...)
A percepção de que os ocidentais são o objectivo primeiro da intervenção terrorista aponta para declaradamente aceitar e tentar refazer as convergências entre as iniciativas das sociedades civis, dos representantes do Euro--Mediterrâneo, das instituições da União Europeia que lançou as Políticas de Vizinhança e Segurança, e da ONU a pregar a inadiável necessidade de reprogramar as responsabilidades mundiais. Por muito que a política de consensos esteja afectada pelo facto de o seu nome ser invocado em vão, não se vislumbra outra frente de arranque possível para a ambicionada construção de um mundo sem medo. »
Adriano Moreira, in "Para um Consenso", no DN de ontem.
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