domingo, 16 de julho de 2006

DE GUERRAS

Isto post foi um comentário que fiz num blog. Mas achei que era aqui um bom post.

Sobre guerras devo dizer que não há comportamentos angelicais em nenhuma das partes. E que o pior delas é o incremento e o alimento de ódios que levarão anos a diluir, se é que alguma vez ficarão para sempre diluídos. E também não alinho no mito de que a guerra é um produto da violência masculina sendo as mulheres angélicas, maternais e pacíficas. Porque só conhecendo-se as mulheres em plena acção de guerra é que se pode avaliar das suas canduras. E posso afirmar que as mulheres em acção são fogo. E basta ver-se em Portugal quem são as pessoas decididas nas manifestações. E nas famílias. E nos empregos. As mulheres são umas lutadoras. No bom sentido. Mas no mau sentido são senhoras de uma crueldade, que muitas histórias o justificam.Mas voltando para a Guerra Civil de Espanha. Onde todos foram anjos e demónios. Eu recomendo dois livros. Um, “Los Mitos de la Guerra Civil” de Pio Moa. O outro é “La Guerra Civil en la Província de Badajoz - Repression Republicano-Franquista” de José Luís Gutiérrez Casalá. É um livro que não julga. Descreve a guerra por cada pueblo. Tem os nomes dos mortos e de quem matou. Aqui se pode aquilatar a mesquinhez de todo aquele período e dos interesses, os mais variados possíveis, que se jogaram naquele tabuleiro com as vidas das pessoas, independente do lado a que pertenciam, se é que muitos pertenciam a algum lado ou disso tinham consciência. A mesquinhez que cada ser humano, em algum momento da sua vida, pode exibir é avassaladora. E o pior é que a guerra é uma actividade sanitária da humanidade. Infelizmente, as sociedades deixam-se conduzir a tais redutos, que a guerra apresenta-se como o único remédio para as maleitas sociais até então geradas

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