Sobre guerras devo dizer que não há comportamentos angelicais em nenhuma das partes. E que o pior delas é o incremento e o alimento de ódios que levarão anos a diluir, se é que alguma vez ficarão para sempre diluídos. E também não alinho no mito de que a guerra é um produto da violência masculina sendo as mulheres angélicas, maternais e pacíficas. Porque só conhecendo-se as mulheres em plena acção de guerra é que se pode avaliar das suas canduras. E posso afirmar que as mulheres em acção são fogo. E basta ver-se em Portugal quem são as pessoas decididas nas manifestações. E nas famílias. E nos empregos. As mulheres são umas lutadoras. No bom sentido. Mas no mau sentido são senhoras de uma crueldade, que muitas histórias o justificam.Mas voltando para a Guerra Civil de Espanha. Onde todos foram anjos e demónios. Eu recomendo dois livros. Um, “Los Mitos de la Guerra Civil” de Pio Moa. O outro é “La Guerra Civil en la Província de Badajoz - Repression Republicano-Franquista” de José Luís Gutiérrez Casalá. É um livro que não julga. Descreve a guerra por cada pueblo. Tem os nomes dos mortos e de quem matou. Aqui se pode aquilatar a mesquinhez de todo aquele período e dos interesses, os mais variados possíveis, que se jogaram naquele tabuleiro com as vidas das pessoas, independente do lado a que pertenciam, se é que muitos pertenciam a algum lado ou disso tinham consciência. A mesquinhez que cada ser humano, em algum momento da sua vida, pode exibir é avassaladora. E o pior é que a guerra é uma actividade sanitária da humanidade. Infelizmente, as sociedades deixam-se conduzir a tais redutos, que a guerra apresenta-se como o único remédio para as maleitas sociais até então geradas
domingo, 16 de julho de 2006
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