quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

MISÉRIA, EXISTE. MUITA E DE VARIADA ESPÉCIE.

Ouvi hoje uma notícia, que não me surpreendeu, porque simplesmente acrescentou mais um elemento ao suporte das minhas divagações.
Uma mulher, esposa e mãe, julgo que de três filhos, terá inventado uma doença do foro oncológico com o fim de, pela comiseração geral, poder angariar, sobretudo, alimentos para dar aos filhos, que informou passarem fome. A generosidade acabou por dar muito mais coisas. Entretanto foi descoberto o logro.
Este caso, entre muitos outros similares, demonstra a miséria em que o povo português vive, quer seja em Portugal ou explorado em quase escravatura na Holanda. E depois socorre-se de qualquer esquema para tentar sobreviver, já nem sequer dignamente, mas só sobreviver, poder acordar no dia seguinte porque comeu qualquer coisinha no dia anterior. A súmula da miséria económica com as outras misérias, a miséria moral e a miséria de espírito acabam por fazer o enquadramento do português hodierno.
Eu não consigo criticar aquela mulher. Eu sei que na sobrevivência vale tudo, mesmo tudo. Critico os hipócritas que nunca tomaram medidas para evitar a miséria onde atolaram os portugueses, porque muitos dos que por aí andam a querer penalizar a miséria de muitas mães foram, eles mesmo, detentores de cargos políticos e grandes responsáveis pelas políticas desastrosas que fragilizaram a vidas dos portugueses. A hipocrisia em Portugal anda muito descarada.

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