A Sofia pôs um comentário, num post de há dias, onde me colocou um desafio. O seu comentário foi, e é, muito interessante. Apresentar soluções em vez de só apontar os defeitos.
Ora isto seria uma tarefa complicada se a solução não fosse fácil. E é fácil por isto: basta os portugueses tornarem-se cidadãos conscientes e lúcidos dos seus deveres e direitos, e cumprirem a sua cidadania em acordo com isso. Bastava e seria suficiente. Se os cidadãos não pactuassem, e não fossem coniventes, com as patifarias diárias, extinguiam-se imensos problemas. É estranho que em Portugal haja apreço por pessoas que são manifesta e declaradamente escroques, vigaristas, corruptos, ladrões, e etc. Até os elegem. As pessoas que fogem ao fisco, e disso se gabam à boca cheia, são admiradas e invejadas. As pessoas que enriquecem sem terem forma de alguma vez o terem podido fazer legalmente, são apreciadas, são aduladas e apontadas como exemplo de sucesso.
Costumo citar muito o caso dos alunos do 12º ano de Guimarães que apresentaram atestados médicos para não irem a exame. Foram os pais que os conduziram a isso, foram os pais que os educaram nessa vigarice, foram os pais que lhes servem de exemplo. E os médicos, que nunca são responsáveis por esses pequenos gestos com que facilitam as vigarices, e claro, com recompensa monetária, como é notório pelo país fora.
Também aquelas pessoas, normalmente trabalhadores por conta própria, advogados, médicos, engenheiros, e etc. que quase não pagam IRS, mas que têm bens e modos de vida 50 vezes superior aos que pagam 5 vezes mais IRS do que eles, são um "bom" exemplo de cidadania.
Por tudo isto, Sofia, a solução é fácil. Se todos os cidadãos de Portugal forem cumpridores dos seus deveres e direitos de cidadania, os problemas terão solução imediata. Agora se também eles tentarem tirar vantagem das vigarices que por aí pululam, na óptica do que cada um que se safe o melhor que puder, e que quem não tentar é tolo, não há soluções técnicas que possam resolver a “desbunda” onde isto caiu.
Eu podia apresentar soluções para cada caso, diria para a área de cada ministério, mas sem cidadania consciente e efectiva não vale a pena. Só se nos conseguíssemos educar uns aos outros. No que não creio.
Permito chamar a atenção para o lema deste blog, a mistura explosiva de ignorância e de poder, que também poderá ler aqui, ou no próprio livro.
Espero ter sido claro da minha posição.
Ora isto seria uma tarefa complicada se a solução não fosse fácil. E é fácil por isto: basta os portugueses tornarem-se cidadãos conscientes e lúcidos dos seus deveres e direitos, e cumprirem a sua cidadania em acordo com isso. Bastava e seria suficiente. Se os cidadãos não pactuassem, e não fossem coniventes, com as patifarias diárias, extinguiam-se imensos problemas. É estranho que em Portugal haja apreço por pessoas que são manifesta e declaradamente escroques, vigaristas, corruptos, ladrões, e etc. Até os elegem. As pessoas que fogem ao fisco, e disso se gabam à boca cheia, são admiradas e invejadas. As pessoas que enriquecem sem terem forma de alguma vez o terem podido fazer legalmente, são apreciadas, são aduladas e apontadas como exemplo de sucesso.
Costumo citar muito o caso dos alunos do 12º ano de Guimarães que apresentaram atestados médicos para não irem a exame. Foram os pais que os conduziram a isso, foram os pais que os educaram nessa vigarice, foram os pais que lhes servem de exemplo. E os médicos, que nunca são responsáveis por esses pequenos gestos com que facilitam as vigarices, e claro, com recompensa monetária, como é notório pelo país fora.
Também aquelas pessoas, normalmente trabalhadores por conta própria, advogados, médicos, engenheiros, e etc. que quase não pagam IRS, mas que têm bens e modos de vida 50 vezes superior aos que pagam 5 vezes mais IRS do que eles, são um "bom" exemplo de cidadania.
Por tudo isto, Sofia, a solução é fácil. Se todos os cidadãos de Portugal forem cumpridores dos seus deveres e direitos de cidadania, os problemas terão solução imediata. Agora se também eles tentarem tirar vantagem das vigarices que por aí pululam, na óptica do que cada um que se safe o melhor que puder, e que quem não tentar é tolo, não há soluções técnicas que possam resolver a “desbunda” onde isto caiu.
Eu podia apresentar soluções para cada caso, diria para a área de cada ministério, mas sem cidadania consciente e efectiva não vale a pena. Só se nos conseguíssemos educar uns aos outros. No que não creio.
Permito chamar a atenção para o lema deste blog, a mistura explosiva de ignorância e de poder, que também poderá ler aqui, ou no próprio livro.
Espero ter sido claro da minha posição.
1 comentário:
Não há pior analfabeto que o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. O analfabeto político é tão burro que se orgulha de o ser e, de peito feito, diz que detesta a política. Não sabe, o imbecil, que da sua ignorância política é que nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, desonesto, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."
Bertolt Brecht
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