Já aqui expus a minha posição sobre o aborto. Esta também será a minha última intervenção sobre este tema até ao referendo.
Estive seis dias sem colocar qualquer post, porque entendi que o post que tinha colocado era susceptível de ser bem digerido. As resposta da entrevista continham muito da concepção do mundo actual, dos temores, das desesperanças, das hipocrisias, das falácias, enfim, da angústia de povos que caminham numa convivência para o caos. Nenhum comentário objectivo ao post. Assuntos sérios não são atractivos.
Voltemos ao aborto. A sociedade portuguesa sobrevive desde há anos na hipocrisia. São cidadãos sem memória, que tentam viver de oportunismos. Todo este cenário em volta do aborto, do referendo, reflecte isso. A problemática do aborto em Portugal é, basicamente, sócio-económica. A falta de empregos, de salários miseráveis, de educação/instrução débil, de segurança social frustrada, de existência de uma administração pública ineficaz quando não corrupta, de uma educação para a cidadania nula e de uma ausência de estratégia para o futuro do país estão na base da taxa do aborto em Portugal. Devo também lembrar que a taxa de desemprego não está encorpada por funcionários públicos, que estão blindados nos seus privilégios, mas sim só por trabalhadores.
Quando um casal é despedido de uma fábrica e a mulher está grávida, a única opção é/foi abortar. E a hipocrisia está em que ninguém dos acomodados, os quais agora barafustam pelo sim ou pelo não, se preocuparam, minimamente, com essas pessoas. Vê-se agora toda a gente a visitar os centros de acolhimento de mães jovens solteiras, a tentarem arranjar ajudas, etc, etc. Mas só até ao dia 11 de Fevereiro. Depois, como é costume, e de acordo com a má qualidade dos portugueses, volta tudo para o esquecimento. Tem-se visto que os portugueses não têm bom carácter. E a hipocrisia que têm manifestado neste assunto do aborto, prova-o. Há muito que perderam os valores da integridade.
Depois de 11 de Fevereiro, seja qual seja o resultado, o panorama da miséria será mantido. O ministro Pinho até clarificou isso, lá na China. Os acomodados é que tentarão continuar a espremer o mais possível da teta, farão os impossíveis para que nada sobre para os miseráveis. Entretanto jorram palavras caras para iludirem os miseráveis. Os portugueses estão condenados a sofrerem pelas suas faltas de carácter.
Sem comentários:
Enviar um comentário