«A Índia é um país difícil de caracterizar e os Indianos não são de definição fácil, sobretudo numa altura em que se assiste a uma transição que os transporta das sombras da História para o esplendor de um mundo no limiar da globalização. Este livro é uma tentativa de dar a perceber quem realmente somos, no contexto do nosso passado e enquadrados no futuro. É uma tarefa difícil e arriscada. A Índia é um país demasiado grande e diversificado para permitir classificações generalistas, por motivos de conveniência. Todas as generalizações encerram excepções notáveis. Todas as semelhanças encerram diferenças significativas.
(…)
Actualmente, a Índia parece estar no limiar de uma descolagem, mas as razões para tal extravasam a euforia da actual vaga de «bem-estar».,
Ao analisar-se um povo que esteve, durante milénios, no centro da História, não é possível traçar um cenário definitivo. Nem tudo pode ser bom, tal como nem tudo pode ser mau. O desafio consiste em fazer uma espécie de balanço, que tenha como base os pontos fortes basilares de um povo, e em defender a tese de que, apesar das evidentes fraquezas, os pontos fortes irão prevalecer. A cultura, a história e a estrutura da sociedade desempenham um papel fundamental neste balanço, bem como a inerente resistência do povo, as suas ambições e asPirações. Há ainda que contar com o nosso inexplicável talento para vencer dificuldades, embora muitas vezeS de forma atabalhoada, com a nossa capacidade de transformar fraquezas em forças e, evidentemente também, com uma sempre necessária dose de sorte.
(…)
O objectivo deste livro é tentar fazer uma análise nova e completamente diferente do que significa ser indiano. Tal análise assume, nos dias de hoje, particular relevância, não apenas para a Índia, mas para o mundo no seu conjunto. No século XXI, um em cada seis seres humanos será indiano. É muito provável que a Índia venha a tornar-se a segunda maior sociedade de consumo do mundo, com uma classe média constituída por mais de 500 milhões de pessoas e dotada de poder de compra. A economia indiana é já a quarta maior do mundo, em termos de paridade do poder de compra. Situa-se no grupo dos dez países com maior produto interno bruto. Sendo -a maior democracia do mundo, é também uma potência nuclear, estando convicta do seu direito de se tornar membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Além disso, há mudanças significativas a decorrer rapidamente em todo o subcontinente. Dispondo de mais licenciados do que toda a população da França, a Índia está a reconquistar o reconhecimento mundial das suas competências na área das tecnologias de informação. Prevê-se que a exportação de software proporci9pe uma facturação de mais de 5 O milhares de milhões de dólares americanos no espaço de poucos anos. A diáspora indiana é, a seguir à chinesa, a segunda maior do mundo. A comunidade indiana emigrada nos EUA surge como a mais rica de todas e as comunidades de indianos, noutros países, são cada vez maiores, mais importantes e abastados, como sucede no Reino Unido e nos estados do golfo Pérsico. Quer o resto do mundo queira ou não, ser-lhe-á difícil não ter de interagir com indianos, de muitas formas, no novo milénio.»
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Actualmente, a Índia parece estar no limiar de uma descolagem, mas as razões para tal extravasam a euforia da actual vaga de «bem-estar».,
Ao analisar-se um povo que esteve, durante milénios, no centro da História, não é possível traçar um cenário definitivo. Nem tudo pode ser bom, tal como nem tudo pode ser mau. O desafio consiste em fazer uma espécie de balanço, que tenha como base os pontos fortes basilares de um povo, e em defender a tese de que, apesar das evidentes fraquezas, os pontos fortes irão prevalecer. A cultura, a história e a estrutura da sociedade desempenham um papel fundamental neste balanço, bem como a inerente resistência do povo, as suas ambições e asPirações. Há ainda que contar com o nosso inexplicável talento para vencer dificuldades, embora muitas vezeS de forma atabalhoada, com a nossa capacidade de transformar fraquezas em forças e, evidentemente também, com uma sempre necessária dose de sorte.
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O objectivo deste livro é tentar fazer uma análise nova e completamente diferente do que significa ser indiano. Tal análise assume, nos dias de hoje, particular relevância, não apenas para a Índia, mas para o mundo no seu conjunto. No século XXI, um em cada seis seres humanos será indiano. É muito provável que a Índia venha a tornar-se a segunda maior sociedade de consumo do mundo, com uma classe média constituída por mais de 500 milhões de pessoas e dotada de poder de compra. A economia indiana é já a quarta maior do mundo, em termos de paridade do poder de compra. Situa-se no grupo dos dez países com maior produto interno bruto. Sendo -a maior democracia do mundo, é também uma potência nuclear, estando convicta do seu direito de se tornar membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Além disso, há mudanças significativas a decorrer rapidamente em todo o subcontinente. Dispondo de mais licenciados do que toda a população da França, a Índia está a reconquistar o reconhecimento mundial das suas competências na área das tecnologias de informação. Prevê-se que a exportação de software proporci9pe uma facturação de mais de 5 O milhares de milhões de dólares americanos no espaço de poucos anos. A diáspora indiana é, a seguir à chinesa, a segunda maior do mundo. A comunidade indiana emigrada nos EUA surge como a mais rica de todas e as comunidades de indianos, noutros países, são cada vez maiores, mais importantes e abastados, como sucede no Reino Unido e nos estados do golfo Pérsico. Quer o resto do mundo queira ou não, ser-lhe-á difícil não ter de interagir com indianos, de muitas formas, no novo milénio.»
Pavan K. Varma, in "A Índia no Século XXI"
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