No Público de hoje, aqui, um artigo muito interessante de Paulo Ferreira de que destaco a parte final:
«E foram centenas de milhares de milhões de euros de privatizações canalizados para amortizar a dívida pública. Para que serviu tanto dinheiro? Para nada. Foi dinheiro queimado, triturado pela máquina infernal do Estado, pelas corporações e pela incompetência ou passividade de muitos governantes dos últimos dez anos.
Os 3,7 por cento de défice de que o Governo se orgulha para daqui a um ano estão ainda acima dos três por cento de 1997. E a dívida pública de 69,3 por cento prevista para 2007 compara com os 59,1 por cento de há dez anos...Foi uma década absolutamente perdida. A próxima será melhor? Não temos essa garantia. O discurso e o esboço reformista deste governo podem levar-nos, precipitadamente, a pensar que sim. Mas atenção: das mudanças estruturais iniciadas, que vão na direcção certa, nenhuma chegou a um ponto de não retorno. Nada de melhor está garantido, de forma consistente, para a saúde das finanças públicas nos próximos anos. Isso só será uma realidade quando os mecanismos em vigor forem à prova de fenómenos de irresponsabilidade na governação. E nessa matéria o país está no mesmo ponto em que se encontrava há dez anos. Continuam a sobrar, por isso, motivos de preocupação. »
Sem comentários:
Enviar um comentário