quarta-feira, 18 de outubro de 2006

VAI-SE DIZENDO

«Não se trata aqui de "ameaças". O resto do mundo não forma simplesmente um bloco antiocidental. O que está a acabar é o tempo em que os ocidentais eram os únicos a crescer, a desembarcar e a ensinar - o tempo em que a responsabilidade pelo mundo era nossa. Os hábitos, porém, não morrem facilmente. Dá-nos sempre jeito reduzir as dificuldades do universo às "idiotices" de Bush, às provocações do Papa ou até às reencarnações exóticas do velho marxismo. Sem Bush, o Papa ou os nossos radicalismos universitários, tudo andaria excelentemente. Eis a receita para dormir bem. Por quem os sinos dobram

Rui Ramos, in Público, hoje, aqui.

«A incriminação do chamado "negacionismo" é uma estupidez e uma violência. Atinge a liberdade de pensamento e de expressão no seu próprio cerne e provoca uma inaceitável interferência da política sobre a História

Vasco Graça Moura, in DN, hoje, aqui.


«O aumento de impostos do ano passado foi um erro tremendo para a economia; a vertente da competitividade na política fiscal tem estado absolutamente ausente das opções de política (outro erro crasso); a contenção na despesa pública tem sido inexistente e, na parte em que tem existido é, em grande medida, feita à custa do investimento; a descida do défice baseia-se mais na subida da receita do que na redução da despesa; consolidação da despesa é algo que, virtualmente, não existe – nem poderia existir, face a anúncios de medidas (de que sobressaem o PRA-CE e o Simplex) que, depois, não só têm (muitas) partes não concretizadas, como as que o são, são-no tardiamente e fora do calendário inicialmente previsto.
(...)
Existem cerca de 740 mil funcionários públicos em Portugal. E o peso das suas remunerações no PIB equivale a mais de 14% – número que compara com menos de 10% em Espanha, na Irlanda ou na Áustria, 10% na Holanda, pouco mais de 12% na Grécia, ou menos de 11%, em média, na União Europeia.
A conclusão óbvia é que o peso das remunerações dos funcionários públicos na nossa economia é excessivo, comparando com os padrões europeus. E se é excessivo, pode ser reduzido actuando nas duas vertentes que existem: no "preço" (neste caso, os salários) e/ou na "quantidade" (o número de funcionários)

Miguel Frasquilho, in Jornal de Negócios, 17.10.2006, aqui.

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