quarta-feira, 11 de outubro de 2006

A CARICATA APREENSÃO DE ARMAS EM S. MIGUEL

E ridícula. É noticiada com imprecisões e com muitos exageros. O que é “habitual”. Como diz o lema deste blog, a mistura explosiva de ignorância e poder há-de explodir-nos na cara, de que é reflexo o citado “habitual”.
A notícia refere um coronel do exército, na reserva e ligado ao Museu Militar existente em Ponta Delgada.
Quero aqui afirmar que esse coronel é uma pessoa séria, honesta e íntegra. Sobre o carácter da pessoa é o que basta dizer.
E é alguém a quem a cidade de Ponta Delgada muito deve, nem que seja só pela criação do Museu Militar, que é, em última análise, a causa desta “apreensão de armas” e dos incómodos por que passa a pessoa em causa. É devido ao seu empenhamento, persistência e dedicação que o museu existe, o que enriquece em muito a cidade de Ponta Delgada, embora muita gente não se aperceba disso. Nesse seu empenho e gosto licenciou-se em História, a fim de melhor se habilitar para a tarefa que lhe consumia a paixão.
As armas apreendidas, umas manifestadas, e outras ainda não, são todas de colecção. O que era do domínio público, pois quem o conhecia e com ele lidava sabia da existência de “tal arsenal”. Incluindo oficiais e a sua hierarquia. “Tal arsenal” é museológico. Faz parte do seu percurso com a criação do museu, da sua consolidação e projecção ulterior. Não era de forma alguma para equipar nenhum gang, como aqueles que andam a assaltar à mão armada, e até a assassinar cidadãos, e cujos arsenais a polícia nunca apreende. Esses sim, não são museológicos, e servem para uso em fins ilícitos.
Também não seriam para nenhuma revolução. Não teriam sequer alcance para terem eficácia num levantamento armado.
Por tudo isto, e por ser do conhecimento informal dos seus superiores hierárquicos a existência dessas armas, considero a apreensão e detenção como caricatas. Terá havido, talvez, da parte do senhor coronel uma ingenuidade em, por um lado, não ter tratado mais cedo da questão burocrática da manifestação das armas, e isto apesar do prazo para se efectuar esse manifesto ainda estar a correr, e por outro o de não ter avaliado bem o alcance de algum “amigo de peito”.
Para concluir, e pela forma como isto foi tratado, gostaria de dizer que, na linha do post “ATÉ QUE ENFIM. UM BOM ARTIGO QUE PÕE O DEDO NA TECLA CERTA SOBRE A ROBLEMÁTICA DA POLÍCIA”, aqui colocado no passado Domingo, acho que está a haver uma inversão de valores. Parece que os cidadãos cumpridores dos seus deveres cívicos é que são os bandidos e os malfeitores as vítimas. Há sempre um tratamento jornalístico que põe os malfeitores como os coitadinhos, os polícias como carrascos, verdugos, e as vítimas, que não têm interesse nenhum, como necessárias para elevarem os malfeitores a anjinhos de altar. Há aqui algo muito errado nas “informações”.
Só espero que, quando esta agitação deste episódio terminar, e certamente que depois de tudo esclarecido e normalizado dará nada, as “informações” noticiem como deve ser o desfecho, seja ele qual for.

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